Blog da Rede de Inovação no Setor Público

30 de jan. de 2017

Design Thinking: uma metodologia poderosa para decretar o fim das velhas ideias (resenha)


Design Thinking” (“Change by Design”, no original) já foi citado aqui no blog da Rede InovaGov e agora trago uma resenha deste livro escrito por Tim Brown.



O Design Thinking (DT) tem se tornado nos últimos anos um termo cada vez mais associado à inovação (tanto no setor privado e também com experiências no setor público), sendo tratado como uma metodologia para a criação de novas ideias.  No entanto, ainda há muita mistificação sobre o DT, como a exigência de conhecimentos específicos em design ou “ser criativo” e até questionamentos sobre o Design Thinking não apresentar nada de realmente novo, sendo apenas a “modinha da vez”. Neste contexto, o livro “Design Thinking” de Tim Brown é uma leitura muito interessante sobre o assunto. Como entusiasta do Design Thinking e CEO da IDEO – empresa notável pelo uso e popularização da abordagem – o autor, Tim Brown, de fato não apresenta uma visão neutra sobre o DT. Ao contrário, o livro busca apresentar o Design Thinking como uma abordagem que pode levar à novas experiências e produtos inovadores em virtualmente qualquer área, de novos produtos que podem gerar lucros para grandes empresas até inovação social.  Mais do que um processo ou método, o Design Thinking é uma forma diferente de se olhar o mundo ao seu redor, repensar problemas primeiro e só então buscar soluções inovadoras.

O livro é dividido em duas partes: a primeira, “O que é design thinking?”, é dedicada a apresentar e explicar os elementos fundamentais da abordagem. Um aspecto crucial do Design Thinking é que o seu foco deve ser as pessoas, isto é, uma solução criada pelo DT deve ser capaz de resolver um problema das pessoas ou ser capaz de criar uma nova experiência para pessoas. Por esse motivo, a empatia – capacidade de se colocar no lugar do outro – é um dos seus elementos essenciais. Os outros dois são a colaboração (compartilhar ideias e perspectivas para o surgimento de insights e ideias, envolvendo ativamente não apenas os projetistas, mas também outros stakeholders no processo, como os próprios clientes) e a experimentação (representada pela prototipagem e pelo princípio de que é importante testar protótipos diversas vezes para se descobrir falhas e erros e aprender com eles). Uma outra característica do Design Thinking é o uso de ciclos de pensamento divergente e convergente como forma de se refletir sobre contextos e situações e promover a redefinição de problemas e soluções.  Há de observar que embora o aspecto da desejabilidade pelas pessoas seja o ponto de partida do DT, a solução final deve também levar em consideração a viabilidade financeira e a possibilidade técnica. 

A segunda parte do livro, “E agora, para onde vamos?”, destaca o potencial transformador do Design Thinking por meio de diversos exemplos da aplicação da metodologia, seja como abordagem sistemática à inovação empresarial ou na promoção de inovação social, provocando mudanças organizacionais e também comportamentais.

Dito isso, cabe observar que o livro não é um guia ou material didático para aplicação prática do Design Thinking, e que quem for procurar o livro com esse objetivo provavelmente se decepcionará. O livro é abarrotado de exemplos de sucesso sobre o uso do Design Thinking – muitos casos são de clientes da IDEO  –, mas eles são apresentados de forma a destacar os princípios e elementos da abordagem, não de serem verdadeiros estudos de caso. Por fim, não se deixe enganar pelo texto da quarta capa da edição brasileira do livro “Design Thinking”: este não é um “guia para líderes criativos que buscam propor o design thinking em todas as facetas de suas organizações”. O próprio Tim Brown deixa bem claro no prefácio à edição brasileira que um dos objetivos do livro é “persudiar [o leitor] independentemente de sua profissão ou da função que desempenha, de que o design thinking pode ser aplicado aos desafios de negócios que todos nós enfrentamos todos os dias”.


Título: Design Thinking: uma metodologia poderosa para decretar o fim das velhas ideias
Título original: Change by Design: How Design Thinking Transforms Organizations and Inspires Innovation
Autores: Tim Brown

Edição brasileira: Elsevier Editora, 2010. 249 páginas.

27 de jan. de 2017

Governos que Servem



Seguindo em frente para a melhoria dos serviços públicos oferecidos para os cidadãos, o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) publicou: Governos que servem -  Inovações que estão melhorando a entrega de serviços aos cidadãos. Nesta publicação são destacados 7 temas distribuídos entre 9 autores, que nos levam a mergulhar na discussão da nova relação, e por que não dizer na “relação moderna” entre Governo e Cidadão.
São eles:
  1.     Reconstruindo a Relação: O novo papel do cidadão na Gestão Pública;
  2.     Saiba Mais: um quadro conceitual e analítico para melhorar a prestação dos serviços;
  3.     Entender o que funcionou: tendências e lições na prestação dos serviços;
  4.     Integrar para Servir Melhor: o desafio de alcançar uma visão única do cidadão;
  5.    As Estratégias de Simplificação Administrativa como Ferramentas para melhorar a prestação dos Serviços Públicos;
  6.    A Gestão da Prestação dos Serviços Integrados: Cidadãos de primeira; e
  7.    A Jornada para Melhorar a Experiência do Cidadão: uma agenda em contínua evolução.
Como em um casamento, onde antes de renovar os votos passaremos pela DR – discutir a relação - entre Estado e Cidadão, sobre a preocupação do que foi feito, do que precisa ser melhorado e o papel de cada um para que a harmonia seja estabelecida.

 Será que o Estado está disposto/preparado para renovar os votos?


26 de jan. de 2017

Inovando para Melhor Servir - Por Pedro Farias




Para que servem os governos? Principalmente para servir os cidadãos, empresas e organizações sociais, como indicado por estudos do BID com base em dados recolhidos pelo Latinobarómetro, mostrando que fatores relacionados à prestação de serviços são mais valorizados pelos cidadãos para determinar a confiança nas instituições. Infelizmente, as pesquisas da organização entre 2010 e 2015, mostram números crescente de cidadãos não confiam em seus governos.
Desde a segunda metade do século passado, as novas funções do Estado relacionadas com a prestação de assistência social e regulação econômica e social, têm aumentado a necessidade de interação entre governos, cidadãos e empresas. Que levou à expansão dos chamados serviços transacionais ou procedimentos que exigem a troca de informações e conformidade com acesso padronizado para direitos e cumprimento de obrigações. Atualmente, para além da sua despesa significativa do Estado, os serviços públicos afetam diretamente a qualidade de vida das famílias, a produtividade do trabalho e competitividade das empresas.
Os dados do Fórum Econômico Mundial disse que a burocracia do governo como o fator mais problemático para fazer negócios no mundo, enquanto um em cada cinco cidadãos da América Latina e do Caribe supervisionado por AmericaBarometer em 2014 relataram ter pago um suborno em seu relacionamento com o governo no ano anterior.
Na União Europeia, mesmo após a implementação de programas abrangentes de simplificação administrativa, estima-se que os custos médios dos impostos pelos encargos administrativos sobre os usuários de serviços públicos transacional chegam a cerca de 3% do produto interno bruto (PIB) dos países. México, o único país na América Latina e Caribe que tem avançado neste tipo de medição, estima-se estes custos em 4,6% do PIB.
A consciência destes altos custos de transação levou muitos governos para renovar suas formas de interagir com os cidadãos a partir práticas inovadoras que estão desafiando a fragmentação tradicional, a complexidade e as deficiências de gestão que têm caracterizado historicamente a prestação de serviços públicos.
Nos últimos anos, o BID tem estudado os fatores que contribuem para uma melhor interação entre governos e cidadãos com base em projetos financiados, estudos de casos e pesquisas desenvolvidas, com o apoio de especialistas e instituições internacionais, como Stephen Goldsmith, o Centro de Ash da Harvard Kennedy School , e Maryantonett Flumian, do Instituto do Governo do Canadá. Os resultados destes estudos são agora apresentados na publicação  governos que servem: inovações que estão a melhorar a prestação de serviços aos cidadãos , onde destaca as lições aprendidas e recomendações para os decisores políticos e gestores de serviços públicos .
A publicação descreve como, a partir de um quadro analítico comum, o BID realizou estudos de casos selecionados, abrangendo vários aspectos, tais como plataformas tecnológicas, marcos regulatórios, coordenação de governo, a participação do cidadão e práticas de governança. Com base nessas análises, são identificados três importantes vetores de inovação em serviços:
·         integrar, para combater os vários níveis de fragmentação institucional e de informação,
·         simplificar , para facilitar as transações e reduzir os custos cobrados aos usuários e
·         gerenciar para garantir a sustentabilidade das reformas, na sequência de uma gestão adequada das entradas e qualidade de atendimento.


Cada uma destas dimensões é desenvolvido por reconhecidos especialistas que recomendam iniciativas que visam gerar uma visão única do cidadão, para projetar estratégias de simplificação administrativa, e construção de modelos de gestão de serviços integrados centrados no cidadão. No capítulo final, aparecem as perspectivas para a inovação aplicada aos serviços públicos, destacando a importância das novas tecnologias, e como a colaboração e aprendizagem organizacional pode contribuir para a geração de ambientes institucionais onde soluções inovadoras ganham escala e sustentabilidade.
Cada vez mais, os Estados modernos percebem sua relação com os cidadãos é uma ampla, complexa e crescente área de atuação que abrange vários domínios científicos e incide fortemente sobre os resultados dos programas de governo e a confiança do público.
Durante décadas, disfunções burocráticas e deficiências institucionais do setor público criaram uma imagem de distanciamento das necessidades e expectativas das pessoas. Conforme destacado nesta nova publicação do BID, muitos governos estão agora aprendendo que servir bem é o caminho mais curto para recuperar a confiança perdida.

Original aqui!


24 de jan. de 2017

Cidadania Digital já é uma realidade




Muita gente já esqueceu como era a vida antes das compras online e da fila do orelhão! Estar conectado já faz parte da nossa rotina, o hábito de se comunicar com amigos e familiares por aplicativos, checar noticias e as redes sociais cresceu muito com o uso dos smatrphones e o acesso a internet. As facilidades cotidianas aumentam a cada dia com o lançamento de aplicativos para os mais variados fins e, inclusive, vem melhorando o acesso aos serviços públicos e mexendo na nossa legislação - é a tal da Cidadania Digital.

Com a ampliação do acesso à rede, o ambiente virtual passou a ser espaço rico de práticas inovadoras e aproximou o Governo do cidadão, estamos mais perto do dia em que o cidadão não precisará encarar uma fila no balcão dos órgãos públicos e se enfrentar algum problema vai conseguir reclamar de forma oportuna.

Recentemente o governo federal instituiu a Plataforma de Cidadania Digital, com o objetivo de ampliar e simplificar o acesso dos cidadãos aos serviços públicos digitais, inclusive por dispositivos móveis. Além disso, o Portal de Serviços de Governo Federal disponibiliza informações sobre serviços e políticas públicas, permite realizar e acompanhar solicitações eletrônicas.

A ideia central é aumentar a oferta de serviços públicos e oferecer ao cidadão a mesma praticidade e agilidade dos aplicativos de troca de mensagens e plataformas de serviços bancários, por exemplo. Além disso, a  tendência ao longo do tempo é de economia de recursos públicos, com a redução do atendimento presencial,  da impressão e autenticação de documentos e na manutenção de estruturas físicas para prestação de serviços que passarão a ser oferecidos em ambientes virtuais. 

Para conhecer mais veja aqui informações sobre a Plataforma de Cidadania Digital, a Política de Governança Digital e a Política de Dados Abertos


18 de jan. de 2017

O Brasil no mapa do design



Você sabia que é possível localizar iniciativas governamentais que utilizam o design como forma de engajar e implementar serviços e políticas alinhados às vidas dos cidadãos?

Esse é o propósito do mapa criado pela 27e Région e pelo Nesta como parte do programa "Design for Europe": identificar e atualizar continuamente a lista dos principais atores que trabalham nessa área.

E atenção! O mapa não se aplica somente à Europa! Já pedimos a inclusão da InovaGov lá. Que tal fazer o mesmo com a sua iniciativa?

Clique aqui para conhecer o mapa e aqui para solicitar a inclusão.

13 de jan. de 2017

Lisboa: A próxima capital das novas tecnologias


"A sustentabilidade da área tecnológica é uma prioridade para Portugal. O governo está a considerar ferramentas económicas capazes de atrair startups inglesas, americanas, holandesas ou alemãs.

Neste âmbito, Lisboa apresenta um papel de liderança. Manuel Caldeira Cabral, o ministro da Economia, afirma: 'Chamamos [startups] por várias razões: pelo nosso sistema de concessão, a nossa política fiscal competitiva para as empresas jovens, mas também graças ao estilo e qualidade de vida de que os empresários podem desfrutar'".

Saiba mais!

12 de jan. de 2017

Últimos dias para se inscrever no Prêmio Nacional de Inovação!



Faz parte da indústria e quer ganhar R$ 900 mil com seu projeto de inovação? Então, corra! Você só tem até 15 de janeiro para se inscrever no Prêmio Nacional de Inovação!

11 de jan. de 2017

A liderança e a genialidade coletiva


E se alguém te dissesse que, para criar uma organização capaz de inovar constantemente, você precisa rever todas as suas concepções sobre o que considera uma liderança ideal?
E se essa mesma pessoa dissesse que uma liderança para inovação não tem nada a ver com criar uma visão e inspirar os outros a executá-la?

Como assim?

Confira o vídeo de Linda Hill e... vamos inovar também em nossa forma de liderar? ;)

9 de jan. de 2017

Banco Mundial promove curso virtual


Quer saber mais sobre como analisar criticamente formas como o envolvimento do cidadão no desenho de políticas públicas pode levar a melhores resultados?

O Banco Mundial está oferecendo um curso virtual que promete te convencer que "o governo trabalha melhor quando os cidadãos estão diretamente envolvidos no desenho da política e na entrega do serviço"! Quer algo mais promissor para uma mentalidade inovadora?

Confira aqui e se inscreva! O curso começa já no dia 7 de fevereiro!
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